Perdeste uma lente dos teus óculos, mesmo antes de tomarmos o café matinal na leitaria do bairro.
Eu tinha as calças de ganga remendadas com um alfinete de dama, que também tinha desaparecido devido as vertigens, ao psiquiatra e ao vinho da noite anterior.
Quando amanheceu, arrependemo-nos de não ter óculos escuros, enquanto me falavas pela primeira vez de cinema quando subíamos a Avenida da Liberdade.
Lembro-me de querer parecer mais culta do que era, mas tu nem deste por isso. Lembro-me também de acreditar que aquela manhã de 5 de Junho de 2005 seria a primeira e última manhã que as nossas vidas se cruzariam. Tive a certeza disso quando nos despedimos sem trocar contactos. Tive dúvidas quando correste voltaste atrás e correste para mim no Marquês.
Somos um estilhaço daquela bomba suicida que numa noite quente rebentou em Lisboa. Um estilhaço de dois materiais fundidos pelo calor da explosão.
3 comments:
:)
Joana...
Mulher.
......................................
Brrrrr...
Arrepiaste-me.
:)
Gosto de dias 5.
Sou suspeita mas...
Agora gosto ainda mais...
**um abraço apertado*
gostei, pá.
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