Tuesday, March 27, 2007

Esse tal senhor Jesus

Há alguns paradigmas da sociedade política portuguesa que tenho dificuldade em entender.

Antes de chegar ao cerne da questão, queria saber porque é que a religião ainda é confundida com a política, quando já lá vão alguns aninhos desde que Portugal se declarou um estado laico. No entanto, os feriados associados à religião católica continuam a ser comemorados, enquanto que os dias festivos de outras tantas comunidades que têm chegado a Portugal no últimos 10 a 20 anos continuam a ser ignorados.

Note-se, que não quero com isto dizer que vamos comemorar todos os dias festivos de todas as religiões do mundo, no entanto há religiões como o islão e o hinduísmo que têm já uma enorme comunidade de crentes a viver em solo português. Assim, parece-me no mínimo discriminatório, que estas pessoas não tenham direito a comemorar os seus dias santos, a não ser que abdiquem de dias de férias.

Mas focando-me no assunto que queria escrever...

Nunca entendi porque é que o CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular), partido fundado por Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa e Basílio Horta inspirado nos ideias da Democracia Cristã, se senta à direita no Parlamento.

Ok, é um político conservador e/ou liberal clássico, e daí ter um assento parlamentar à direita. Mas então, não entendo o “Democracia Cristã”.

A palavra “cristã” deriva de Cristo. E se não estou enganada Cristo é Jesus. E se não caio em erro Jesus era um senhor que viveu ha 2007 anos atrás, e é por causa deste senhor que não trabalhamos no dia 25 de Dezembro, nem a Sexta-feira antes da Páscoa.

Mas o que realmente importa em relação ao senhor Jesus, não são os feriados nacionais que a sua existência trouxe, mas os ideais que este senhor falou.

Ao pé do Jesus, Marx, Lenine, Trotski, Stalin, Woodcock, entre outros são uns meninos a jogar ao peão.

Sempre me lembro de ouvir dizer que os ideias de esquerda nasceram com as revoluções liberais francesas, e cresceram com Marx, no entanto o primeiro homem de esquerda de que o mundo tem registo foi Jesus.

As histórias que ouvia na missa em que o Jesus desempenha o papel principal, fazem-me lembrar as batalhas do Salvador Allende no Chile entre 1970 e 1973. O livro de capa vermelha presente em qualquer missa que se preze, podia ser o manual do comunismo, ou até mesmo do anarquismo (no sentido estrito da palavra, e não no sentido depreciativo da mesma).

Se prestamos atenção ao movimento comunista dos anos 70, podemos verificar que o cabelo comprido e a barba orgulhosamente exibida pelos seguidores do movimento vermelho, não pode ser só coincidência.

Só não entendo, porque é que os seguidores portugueses do Jesus, são tradicionalmente pessoas de direita, que apelam à desigualdade social, têm alguma repulsa quando se a palavra de ordem é “inovação” ou “mudança”, e que se intitulam a si próprios conservadores.

Pois para mim...

Jesus foi um anarquista.

Jesus foi um comunista.

Jesus foi um socialista.

Jesus foi de esquerda.

2 comments:

Anonymous said...

sinceramente achi q estes texto não faz o mínimo sentido. q salganhada.

Joana said...

Um dos meus defeitos é não escrever bem.
Outro é não entender se achas que o texto está confuso, se são as ideias que estão baralhadas, ou ambas as coisas.
Não entendo porque dizes que o texto não faz sentido.