Estou a escrever do hotel razoavelmente confortável (dado o preço por noite que irei pagar) situado no centro de Gent. A primeira notícia que me chegaram de Portugal, neste fim de tarde, é que mais uma vez a abstenção terá saído vitoriosa de mais um acto eleitoral.
Os porquês são diversos e complexos. Em primeiro lugar, se queremos realmente combater a abstenção deve-se mudar as regras para o voto antecipado.
Esta é a segunda vez que me abstive (à força) de votar.
Pelas duas vezes, estive decidida a passar por toda a burocracia (ir à Junta de Freguesia, ir à Câmara Municipal, provar que tinha um impedimento, escrever um pedido por escrito, votar e selar), e pelas duas vezes soube que não preencho os requisitos de uma cidadã cumpridora dos seus deveres cívicos, já que não sou militar, atleta em representação de Portugal, trabalhadora em transportadoras de longo curso, doente internada, nem estou presa.
As vezes, dou comigo a pensar, se a obrigatoriedade de participar num acto eleitoral (como acontece no Brasil) não fará mais sentido, havendo sanações para os incumpridores. Por mim podia-se tirar a parte das sanções/ penalizações mas deixar a parte da obrigatoriedade em votar. Ou pelo menos mudar esta lei estúpida das condições mínimas para puderes cumprir os teus deveres como cidadão.
E que tal propor um referendo?
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